Crime

'Achei que não íamos sair vivos', diz motorista que estava em carro atingido por tiros de metralhadora

Marilice Daronco

Um motorista da prefeitura foi um dos quatro reféns que foram rendidos pelos bandidos que explodiram um posto bancário do Banco do Brasil, o Centro de Processamento de Dados do município e uma sala da Secretaria de Saúde, em Santana da Boa Vista, no final da noite desta segunda-feira. O espaço funciona em uma sala ao lado do prédio da prefeitura, na Rua Independência.

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O profissional havia acabado de deixar em casa três pacientes da cidade que tinham passado por exames em Santa Maria. Ele estava indo estacionar o Celta da Secretaria de Saúde quando viveu momentos de terror.

Em entrevista ao Diário, o motorista de 33 anos contou como escapou da morte enquanto o carro onde estava era atingido por tiros de metralhadora.

Diário de Santa Maria _ Quando os bandidos começaram a atirar no carro?
Motorista
_ Fazia uns dois minutos que eu tinha deixado os pacientes que levei de Santa Maria para Santana de volta para casa. Se um deles estivesse no carro, teria acontecido uma desgraça. Estava passando pela rua para ir estacionar quando eles deram pelo menos seis tiros contra o carro. O Celta sacodia com os tiros, era horrível.

Diário _ Antes de eles começarem a atirar, você percebeu a movimentação no prédio?
Motorista
_ Vi um carro atravessado na rua e pensei que era um acidente de trânsito. Estava indo com o carro pela rua e fiquei olhando, quando percebi, eles começaram de tiro e tiro contra o carro. De repente, ouvi a primeira explosão, a que foi no banco. Só deu tempo de ligar a luz alta, para evitar que eles enxergassem exatamente onde eu estava, e deitar no banco. O boné que eu estava usando ficou com a marca de um dos tiros. 

Diário _ Em que momento você saiu do carro?
Motorista
_ Eles gritaram para que eu saísse. Fui descendo com cuidado, com as mãos para cima. Enquanto isso, eles atiravam em direção ao chão, perto dos meus pés. Depois, mandaram que eu desligasse a luz alta. Quando entrei no carro para fazer isso, ouvi a segunda explosão, na sala da prefeitura.

Diário _ Quando você foi rendido, os outros reféns já estavam lá? 
Motorista
_ Sim, já havia mais três pessoas rendidas: um guarda de rua e um casal. Ele é um colega meu de prefeitura e estava levando a namorada em casa quando os dois foram parados pelos bandidos. Eles nos colocaram lado a lado e mandaram que ficássemos com as mãos para cima. Achei que não saíamos vivos dessa. O meu colega ficou desesperado quando colocaram a menina no carro, como refém, mas, assim que foram embora, largaram ela perto de onde estávamos.

Diário _ Você chegou a pensar em tentar fugir?
Motorista
_ Quando estava no carro, cheguei a pensar se tinha algum jeito de sair, porque ele sacodia, e eu estava percebendo que uma hora ou outra um tiro daqueles ia me acertar. Mas não tinha como sair, era impossível.

Diário _ Vocês seriam capazes de reconhecer os bandidos?
Motorista
_ Não conseguimos ver ninguém direito. Seria impossível reconhecer um deles.

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